quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O HOMEM QUE CALCULAVA.


RESENHAS 2011
LIVRO: O HOMEM QUE CALCULAVA
AUTOR: MALBA TAHAN
               (JÚLIO CESAR DE MELO E SOUZA)
EDITORA: RECORD
ILUSTRADORA: THAIS LINHARES
@@@@@@@@@@@@@@@@@@@
Um das matérias que assustam milhões de alunos por todo o mundo, a matemática, sofre com um ensino por vezes ultrapassado, visando apenas à memorização e repetição de exemplos determinados pelo professor. Mas na obra de Malba Tahan, apresenta aos leitores universais os ensinamentos matemáticos tanto nos aspectos culturais como nos contextos educativos, dando uma suavidade que a literatura favorece ao entendimento e assimilação dos conteúdos apresentados.
O personagem chave da narrativa, Beremiz Samir- O Homem que Calculava, um verdadeiro clássico brasileiro, contará as aventuras de um calculista que por onde passa consegue ajudar quem necessita para tentar solucionar diversos problemas que envolvam raciocínio e habilidades algébricas. Passando por diversas situações em que terá que atuar como um conciliador nos casos que chegam a ser desde brigas de irmãos, por causa de camelos, divisões de jarros, melões, melancias, são alguns dos casos que ajudará a resolvê-los.
O livro proporciona ao leitor a possibilidade de conhecer tanto os aspectos culturais da Arábia quanto os aspectos educativos que apresentam questões históricas, daqueles conhecimentos teóricos que aprendemos em sala de aula, mas que não sabemos como surgiu? Quem idealizou? Apenas reproduzimos exemplos vazios e que minimamente contribui com o desenvolvimento as criticidade e o raciocínio fundamental na matemática.  Nas aventuras de Beremiz tem-se contato com os fatos históricos, explicações detalhadas, possibilidades diversas de resoluções, imagens, Tudo para facilitar o entendimento do leitor.
Uma frase presente no livro resume bem a questão da sabedoria e a sua prática no nosso cotidiano que serve para uma reflexão na busca incansável pelo conhecimento que por vezes não são colocados realmente em prática. “O que importa saber o que é linha reta se não sabe o que é retidão?” Por vezes o destino proporciona o convívio com pessoas com alto grau de instrução cognitiva, mas que infelizmente falta o fator determinante na vida de uma pessoa: afetividade. Outro ensinamento presente na obra em que deve sempre seguir a linha do bem para que possa caminhar junto com Deus.
Voltando para o aspecto matemático, no livro o autor traz uma diversidade de conhecimento da área, totalmente ligado como a narrativa facilitando o entendimento do leitor, mesmo que ele não tenha pleno domínio dessas noções. São temas presentes na narrativa: noções de proporção, potência, números primos, números perfeitos, conhecimento histórico do teorema de Pitagóras, o quadrado mágico, a evolução dos números, forma, tamanho e posição, os quatro quatros, a história do xadrez. Faz com que seja temas que unidos com a literatura podem ser um excepcional instrumento pedagógico em sala de aula, para tirar de vez as percepções negativas sobre a matemática. Vale ressaltar que a maneira como esses assuntos estão ligados com a história só favorece a compreensão e reflexão sobre o benefício da matemática no seu cotidiano. Um livro que adotado como material pedagógico, tanto atuaria no desenvolvimento do gosto pela leitura e consequentemente apresentar a matemática usando os problemas que Beremiz soluciona no decorrer da história em benefício da compreensão dos temas de uma maneira mais atrativa.
Além do aspecto da alta capacidade do calculista em resolver os diversos problemas, a história possibilita o conhecimento de uma vertente importante no livro: o aspecto cultural. Assim como o conhecimento do vocabulário dos árabes. Palavras seguintes são alguns dos exemplos: jamal- camelos, vízeres- sábios, Mirza-nobre fidalgo, ulemás-sábios, chamir- chefe de caravana. E assim faz com que o contato com outro idioma contribui com o desenvolvimento e conhecimento de uma cultura tão diferente da que vivemos.
A curiosidade despertada com esse tipo de leitura é ainda mais prazerosa, justamente por causa do fator descoberta que cada página traz para o leitor e a sensação de ler a próxima para ter acesso a uma nova informação. Benefício que a leitura proporciona sem sair de casa é a oportunidade de conhecer novas culturas,  ainda mais tendo um conhecimento de um tema tão importante que liga matemática e cultura árabe.
Outras curiosidades culturais merecem ser destacadas. Os árabes nunca iniciam uma obra literária ou uma narrativa sem a frase ”Em nome de Alá, Clemente e Misericordioso!”. Ao se referir a Deus, possuem nada mais que 499 nomes diferentes para invocar seu nome. A importância do número 7 para os povos judeus, mulçumanos, idólatras, cristãos, tem uma explicação. O três faz referência ao divino e o quatro ao mundo material, por isso sua soma é de grande relevância para suas crenças. A palavra mogreb significa as primeiras palavras do Alcorão, nome que se dá a bíblia sagrada.
O livro O Homem que Calculava de Malba Tahan (pseudônimo: Júlio César de Mello Souza) sem dúvida provoca um revés no leitor que não gosta de matemática, após a leitura certamente sua visão modificará pela maneira leve de como os temas foram apresentados, dando a oportunidade de tanto culturalmente como pedagogicamente trazer benefícios imensuráveis aos leitores universais. Contando as aventuras do calculista Beremiz Samir a oportunidade de conhecer outra cultura e conhecer a matemática num outro prisma, diferenciando o que infelizmente ainda é preconizado em algumas escolas, a possibilidade de uma aquisição cognitiva imensurável.
DIA 17 DE DEZEMBRO EM SÃO PAULO, RESULTADO DO CONCURSO TOP BLOG CATEGORIA LITERATURA! OBRIGADO PELA AJUDA DE TODOS...
Confiram!
Dionizio Netto

2 comentários:

  1. Esse livro é um dos melhoresque ja li e relí. muito om mesmo

    ResponderExcluir
  2. Sou coordenadora em uma escola de aqui em Ariquemes - RO. li " O Homem que Calculava" quando tinha 13 anos e assim aprendi a gostar de matemática. gostaria que todos os alunos de ensino médio tivesse acesso a este livro!!!!

    ResponderExcluir